É um distúrbio comum, com alta
prevalência entre as mulheres. Tem grande impacto na qualidade de vida e na
produtividade dessas mulheres, e um potencial alto custo para o serviço de
saúde, seja ele público ou privado. Seu manejo costuma ser difícil, e o tratamento,
na maioria das vezes, insatisfatório.
Por definição dor pélvica crônica
caracteriza-se como:
Dor localizada abaixo do umbigo e na
pelve;
Dor com mais de seis meses de duração;
Dor intensa o suficiente para causar
incapacidade funcional ou requerer tratamento clínico ou cirúrgico;
A dor pélvica crônica não teve sua
causa ainda esclarecida, acredita-se que ela é resultado de complexa interação
entre os sistemas gastrointestinal, urinário, ginecológico,
músculo-esquelético, neurológico, endócrino e psicológico, além de sofrer
influência de fatores sociais e culturais.
Na prática médica diária, os
diagnósticos feitos com maior frequência são:
Endometriose: É uma doença de
característica inflamatória na qual o endométrio, (tecido que reveste a
parede interna do útero), cresce em outras regiões do corpo.
Essa formação de tecido de localização anormal
ocorre na região pélvica, fora do útero, nos ovários, no intestino, no reto, na
bexiga e na delicada membrana que reveste a pelve. Mais raramente ocorre em
outras partes do corpo.
Aderências: São faixas de tecido
que unem anormalmente dois tecidos do corpo, como se fossem uma cicatriz, são
semelhantes a um filme plástico ou bandagens muito fibrosas.
Ocorrem por uma resposta de nosso organismo a fatores como cirurgias,
infecções, traumas ou radiação (radioterapia).
Síndrome do intestino irritável (SII):
É uma associação de sintomas onde co-existem frequentemente dor abdominal,
sensação de estufamento, momentos de intestino preso e momentos de diarreia.
Por ser uma desordem funcional do intestino, não há doença orgânica detectável.
É um problema comum, afeta cerca de uma em cada cinco pessoas nos Estados
Unidos, a maioria mulheres adultas jovens e em momentos de maior estresse
emocional.
Cistite intersticial ou síndrome da
bexiga dolorosa: É uma doença ainda sem causas conhecidas. Dados estatísticos
apontam que cerca de 90% dos pacientes afetados são mulheres após os 40 anos de
idade. Os sintomas da doença incluem dor pélvica e aumento da urgência e frequência
miccional. O diagnóstico pode ser feito por cistoscopia e observando-se uma
extensa lista de critérios de exclusão da doença, visto que a cistite
intersticial pode ser facilmente confundida com outros distúrbios urinários.
Mas apesar dessas quatro entidades
clínicas serem as mais frequentes, a investigação deve ser individualizada
conforme as queixas que a paciente apresenta em consulta médica.
O tratamento para alívio dos sintomas
deve ser iniciado assim que possível, para maior conforto da paciente, mas o
tratamento definitivo irá depender do correto diagnóstico, podendo serem
indicados desde medicações, infiltrações e psicoterapia até cirurgias de maior
complexidade.
Consulte regularmente seu médico.
Dra. Tatyana Stenger Batista
Médica - Ginecologista e Obstetra
CRM/SC 16067 RQE 10763 TEGO 202/2013